Breve História
Os primeiros habitantes da Península de Macau foram Pescadores de Fujian e agricultores de Guangdong. A palavra chinesa para Macau “Ou Mun” significa “Porta da Baía” devido a sua localização na bacia do Rio das Pérolas, vazante de Guangzhou (Cantão).
Porém, a palavra portuguesa “Macau” está relacionada com o culto à deusa “Á-Má”, que é venerada em todo o sul da China, e tem um templo a ela dedicado, construído à entrada do Porto Interior. A partir sensivelmente desse período este local passou também a ser conhecido na região por “Á-Má-Gao” (Porto de Á-Má), nome que os portugueses terão adoptado e que terá gradualmente mudado para “Macau”.
Os portugueses chegaram a Macau entre 1554 e 1557, apesar de já frequentarem os mares do sul da China desde 1513, aquando da viagem de Jorge Álvares, cuja estátua pode ser apreciada no centro da cidade.
Com o acordo dos mandarins locais, os portugueses estabeleceram-se nesta região, criando vários postos de comércio, tornando esta península um lucrativo entreposto entre a China, o Japão, a Índia e a Europa; característica esta que se manteve ao longo de séculos. Macau teve, assim o papel de porta aberta da China para o exterior, o local de contacto e de cruzamento do Ocidente e do Oriente.
Desta modo, Macau foi desde cedo escolhido pelos missionários para se prepararem para a difusão da Fé Cristã, das ciências e da concepção ocidental do Mundo e da Vida em terras do Extremo Oriente. O famoso “Colégio de S. Paulo” foi em Macau fundado no séc. XVI e é hoje considerado pelos historiadores como tendo sido a primeira “universidade” em moldes ocidentais, criada na Ásia Oriental. Várias personagens que deixaram o seu nome impresso em letras de ouro na História passaram por aqui, tal como Mateus Ricci, Francisco Xavier, e tantos outros, que através das suas acções e actividades contribuíram para um efectivo diálogo inter-civilizacional, que é desde sempre uma das características desta terra.
A época dourada dos portugueses na Ásia desvaneceu-se com a emergência de rivais como os holandeses e os ingleses que passaram a deter o domínio das rotas comerciais. Contudo, os chineses optaram por continuar a fazer comércio com os europeus através de Macau. Desta forma, ao longo de mais de um século, a britânica Companhia das Índias Orientais e outros fixaram os seus escritórios em Macau, em locais como a elegante Casa Garden. À medida que o comércio chinês com a Europa cresceu, no intervalo entre as feiras bi-anuais de Cantão, os comerciantes europeus usavam Macau com local de abrigo e entretenimento.
Depois da criação de Hong Kong, na sequência da vitória inglesa na primeira Guerra do Ópio em 1841, Macau perdeu muita da sua importância comercial pois que, o grosso dessa actividade foi transferido para a outra margem do Delta do Rio das Pérolas. Hong Kong desde cedo se desenvolveu até se tornar um dos principais centros financeiros mundiais, deixando Macau num estado de sono profundo, do qual só acordaria após algumas décadas. De qualquer forma, Macau continuou a gozar de uma atmosfera multicultural e a ser um destino preferido por viajantes, escritores e artistas.
Nos tempos modernos, Macau desenvolveu indústrias como os têxteis, produtos electrónicos e brinquedos, bem como a indústria de turismo de nível mundial com uma grande variedade de hotéis, resorts, infraestruturas desportivas, restaurantes e casinos. Tal como no passado, a economia de Macau permanece muito ligada a Hong Kone e à província de Guangdong.
Todavia, Macau sempre soube manter uma atmosfera única que a torna muito diferente das regiões vizinhas. É hoje, como ao longo dos séculos, uma harmoniosa mistura entre as culturas chinesa e portuguesa, vivida de forma pacífica pelas suas gentes. Na base da cultura local está esta sábia forma de vida.
Hoje, Macau é uma Região Administrativa Especial da República Popular da China e, de acordo com a vontade da sua população e dos seus líderes, mantém e manterá as suas características culturais, sociais e económicas de acordo com o princípio “um país, dois sistemas”.
A pequena RAE continua a crescer em tamanho - com mais terra ganha ao mar - e em número e diversidade de atracções. Na cidade respira-se uma atmosfera cosmopolita aliada a uma forma única de vida, onde, como sempre, a Europa encontra a Ásia e onde as duas comunidades mais representativas (chinesa e portuguesa) encontra um estilo de vida harmonioso e de partilhas recíprocas.